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quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Saxofonista Maurício

Uma história de superação, trilhada com muita música
Por Bélgica Medeiros l Foto: Cristina Costa

Saxofonista e paulistano, Maurício, tem 59 anos e está tocando nas ruas de São Paulo a menos de 1 mês, "Estou tocando na rua faz pouco tempo, vocês só vão ouvir problemas".


Começou a tocar saxofone aos 25 anos de idade, quando no 4º ano de faculdade montou uma banda e largou os estudos, para tentar ganhar dinheiro profissionalmente com a música.

Com o tempo, percebeu que seria uma tarefa muito difícil, pois é um mercado muito concorrido. E para piorar a situação foi assaltado, roubaram o carro dele e levaram o saxofone junto.
Logo, preferiu ir atuar na profissão que tinha se formado, Ciências Econômicas.

Saiu da capital paulistana para morar em Goiás, lá trabalhou como agenciador de publicidade. Com o tempo conseguiu juntar um dinheiro e montar um guia, depois ampliou o negócio transformando-o num jornal.
Mas, como a vida nos dá algumas rasteiras, ficou doente, foi diagnosticado com hepatite C.

Com esse diagnóstico, teve que voltar á São Paulo para se tratar, ficou 4 anos aguardando um transplante de figado. Quando conseguiu já estava sozinho no mundo, a mulher tinha o abandonado, e seus pais já haviam falecido. Não havia ninguém que pudesse cuidar dele.

Passou um tempo morando na rua, acabou conhecendo uns garotos que tinham uma banda de rock e ficou animado com o fato de tocar novamente, após 20 anos longe do saxofone.
Nesse meio tempo, conheceu uma pessoa, atual companheira, que levou-o para casa dela, para tratar dele.

Quando conseguiu comprar um novo instrumento, para substituir aquele que lhe havia sido roubado, largou a banda dos garotos "banda não dá, não tenho paciência para ficar aguentando adolescente, que gosta de ficar muito louco e não é responsável".

Agora que toca sozinho na rua, as conclusões que tira é que "não dá dinheiro", não dá para sobreviver só com a grana que levanta na rua. Mas, considera relevante o processo terapêutico de tocar na rua "É interessante e terapêutico, consigo conversar com pessoas diferentes e às vezes até dá uma grana".

Vai para a rua tocar, porque em casa ele estaria fazendo a mesma coisa, porém sem ganhar dinheiro e não teria sua principal motivação "a intenção é que a pessoa venha caminhando, ouça a música e aquilo a leve à outro lugar. É isso que me dá mais prazer".

Tem algumas composições, que faz no violão e depois transfere para o sax, mas na rua prefere tocar o que as pessoas gostam.

"Tenho várias composições, mas as pessoas gostam de escutar Garota de Ipanema, tiro essas músicas só para ela entenderem o meu trabalho".
Confira o som do Maurício no vídeo:

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